sexta-feira, 23 de abril de 2010

Beleza feminina de todos os tempos.

Vaidosa e incansável, a mulher sempre perseguiu um ideal de beleza. Ora motivada pela história de uma época, ora para alcançar o desejo de se parecer uma celebridade. E isso desde a antiguidade, quando ninguém ainda sonhava com propagandas em revistas e muito menos com a televisão.
Por Andrea Soares

Três mil anos antes de Cristo, no Egito Antigo, acredite, as mulheres já faziam regime! Todas queriam imitar os deuses egípcios, magros e longilíneos, como os gatos e leopardos.
Já na Grécia Antiga, o padrão valorizado eram as mulheres mais cheinhas, que simbolizavam fartura.
No Império Romano, o espartilho entra em cena e o bonito é apertar ao máximo a silhueta para garantir um corpo enxuto e seios volumosos.
Na Idade Média, o modelo era ser magra e pálida, valorizando mais intensamente a beleza espiritual associada à religião.
Chegando à Idade Moderna, as gordinhas voltam a fazer sucesso e um dos ícones é Monalisa. No fim do século 19, a dieta para afinar vira febre entre as francesas. No século 20, em meados dos anos 30, a beleza é sofisticada e provocante, a la Greta Garbo. As sobrancelhas aparecem totalmente depiladase redesenhadas com lápis, num traço bem fino e marcante. Para completar, as pálpebras eram pintadas com sombras de cores dramáticas, como o cinza e o preto, e os cílios estrate- gicamente modelados com curvex e rímel.
Em 1940, por causa da guerra, os produtos de maquiagem ficam escassos e as mulheres exercem toda a sua criatividade: usam graxa de sapato para desenhar as sobrancelhas e pétalas de rosa embebidas em álcool como blush. Os cabelos longos e ondulados aparecem em nome da feminilidade.
Década de 50, pós-guerra – é hora de valorizar a fartura depois de anos de fome e sofrimento. Assim, o padrão passa a ser o corpo curvilíneo.
A atriz Marilyn Monroe, com seu visual voluptuoso, encantou o mundo e enlouqueceu os homens. Seu ar sedutor era reforçado por boas pinceladas de batom vermelho nos lábios, que ficava superintenso na pele pálida e branca de pó-de-arroz.

A fase ainda é marcada pelo surgimento de belezas eternas, como a da bonequinha de luxo Audrey Hepburn (com seu delineador estilo gatinho nos cantos dos olhos), da sensual Brigitte Bardot (que usava cabelo escovado com raiz levantada) e da diva italiana Sophia Loren (dona de uma beleza naturalmente glamourosa e sedutora, valorizada por muito rímel e delineador nos olhos e bobes nos cabelos).
Os anos 60 celebram a irreverência e tornam ultrapassado o look fatal. Cores fortes invadem os estojos de make e colocam em cena o rosa-choque, verde, violeta, laranja e dourado. A modelo Verushka retrata perfeitamente a imagem. No final da década surge o rosto e o corpo do momento: Twiggy. A top exibia visual andrógeno – cabelos curtíssimos, pele sardenta, olhos grandes realçados por cílios postiços e silhueta magricela – que caía como luva na moda de então: a minissaia.
Os anos 70 são marcados por dois tipos de mulheres: as que fazem o gênero pantera, sensual e feminina, e as integrantes do movimento hippie, que escondem suas formas em vestidos largos e longos, batas e jeans.
A beleza é livre, trazendo cabelos soltos e volumosos, pele bronzeada e lábios brilhantes. Destacam-se a atriz Jane Fonda e a pantera Farrah Fawcett.
A partir de 1980, com o boom das academias de ginástica, a garota moderna começa a perseguir o corpo sarado. A cantora Madonna adere ao novo visual e desponta com formas definidas que todo mundo começa a copiar.
É o início da busca pela “beleza a qualquer preço”. As linhas de maquiagem passam a mudar a paleta de cores de acordo com as estações do ano e as passarelas tornam-se ponto de referência.
As belíssimas Naomi Campbell, Claudia Schiffer e Cindy Crawford são as invejáveis do momento.
Nos anos 90, a mulher quer ser mais magra do que malhada e então vira moda o look esguio. Começa-se a defender um padrão internacional de corpos enxutos, dando início à massificação das plásticas, lipoaspirações, cirurgias de estômago, tratamentos estéticos, dietas e exercícios. A modelo Kate Moss fica conhecida por sua magreza excessiva, superquestionada e ligada a boatos de anorexia. Outra que também causa burburinho, desta vez pela beleza marcante, é a canadense Linda Evangelista – olhos azuis esverdeados, cabelos curtos e coloridos (sempre com uma cor diferente).
O novo milênio chega com a febre das tops brasileiras no mundo da moda, pondo fim ao reinado das magérrimas da década anterior. As curvas de Adriana Lima, Fernanda Tavares, Ana Claudia Michels, Caroline Ribeiro, Michele Alves, Isabeli Fontana e especialmente de Gisele Bündchen provocam furor.
O furacão Gisele, segundo os especialistas, não tem prazo de validade. A beleza dessa übermodel (como se referem os alemães ao chamá-la de mais do que supermodelo) já provou que veio para ficar e não há mulher no mundo que não tenha copiado ou deseja copiar o visual natural da diva: cabelos longos e ondulados, corpo magro e curvilíneo.
Hoje, com a alta tecnologia em tratamentos estéticos, dermatológicos, cirurgias e cosméticos, qualquer mulher tem a oportunidade de ficar e se sentir bonita. A valorização da beleza de cada um e as campanhas pela “autoestima já” favorecem a liberdade na maneira de usar as tendências. O importante é ser bonita respeitando seu estilo de vida, suas características físicas. E, acima de tudo, se amar!

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